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Toninho Andrada comenta sobre o rompimento de contrato com a Copasa, o BQLuz, as obras de Mobilidade Urbana e de infraestrutura nos bairros, e fala sobre as previsões para 2016, que segundo ele poderá ser um ano difícil para as prefeituras do país. LEIA MAIS... 

 

ENTREVISTA

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Em entrevista concedida ao site oficial da Prefeitura, o prefeito Toninho Andrada aborda várias questões políticas e istrativas. Ele fala também sobre sua gestão. Confiram a reprodução na íntegra da entrevista. 

Repórter - Como o senhor analisa o atual cenário político brasileiro?

Toninho Andrada – Como se não bastassem os sérios problemas econômicos, agora temos o agravamento do quadro político com a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, e o rompimento político dela com o vice-presidente. Isso piora as perspectivas econômicas para 2016, que já não eram boas. Com o governo federal mais fragilizado e imobilizado, menores serão as chances de que as ações necessárias para enfrentar as turbulências da economia sejam tomadas, aumentando o risco da ingovernabilidade. Infelizmente, a crise vai aumentar e o país e a população deverão ar por momentos muito difíceis nos próximos meses. 

R- O que está na raiz da crise?

T- O governo vem gastando mais do que arrecada, e os seus programas e ações estão parando ou sendo reduzidos por falta de dinheiro. Enquanto o país precisa ampliar serviços públicos e melhorar a sua qualidade, o governo atua na contramão, cortando verbas, reduzindo serviços e contribuindo para a piora da qualidade daquilo que já não é bom. Isso gera déficits, desequilíbrios, desconfiança, incertezas e afugenta os investidores, amedronta os empresários, cria desemprego, gera inflação e assusta a população. O Brasil é a 7ª maior economia do mundo, e entre as 12 maiores nós seremos o único país que terá recessão em 2016. Temos um governo ruim que não sabe tocar o país. 

R- E como esse quadro se reflete na sua gestão?

T - De forma muito negativa, em todos os sentidos. O sistema federativo brasileiro é muito centralizado em Brasília. Os Estados e Municípios são extremamente dependentes do governo federal, que detém 70% dos recursos públicos. O governo federal também é quem comanda quase todas as principais políticas públicas, especialmente nas áreas da saúde, assistência social, educação e infraestrutura. Sem recursos federais não se faz quase nada nos municípios. E se o governo federal quebra, fica sem dinheiro, faz cortes, atrasa recursos, não libera o que estava previsto, nós sentimos as consequências imediatamente. E é o que está ocorrendo. 

R- E a crise econômica, como atinge o governo municipal?

T - Se a economia reduz sua atividade, o dinheiro circula menos, e com menos dinheiro as empresas vendem menos e demitem mais. Com poucas vendas no comércio, retração nos serviços e queda na produção industrial o governo também arrecada menos dinheiro com impostos. E com menos dinheiro não dá para manter os serviços funcionando adequadamente, e muito menos investir em coisas novas ou ampliar o que é necessário. As estruturas governamentais dos Estados e Municípios vão entrando em colapso aos poucos. Mas até o momento, apesar de todos os problemas, fazemos um balanço positivo da nossa gestão. 

R- Em Barbacena seu governo está iniciando obras…

T- Nesse caso estamos colhendo frutos de um trabalho iniciado há três anos, de saneamento das contas municipais, de negociação de enormes dívidas, de elaboração de projetos e rapidez no encaminhamento e liberação dos recursos. Fomos eficientes antes do agravamento da crise, e assim asseguramos recursos financeiros importantes. Conseguimos preservar certa capacidade para investimentos em muitas com enorme sacrifício, com muitos cortes de despesas e firmeza política. 

R- Qual a receita para lidar com tantos problemas?

T - Serenidade, planejamento, firmeza e foco nos objetivos, sem desperdiçar chances nem oportunidades. Agimos assim toda vez que fomos procurados por investidores, e num momento de crise como o atual a cidade convive com altos investimentos privados: as obras de construção do Hotel Ibis, o lançamento de dois condomínios fechados, a construção do Shopping Center, entre outros. A Prefeitura foi diligente e estimulou os empresários. Apostamos muito nas parcerias, como a que garantirá asfaltamento da avenida dos Trabalhadores que corta seis bairros, que formalizamos com a Fábrica Holcim. A instalação dos pontos de parada de ônibus são outro exemplo de parceria produtiva. 

R - Sua gestão optou por trabalhar na reformulação do trânsito. Por quê?

T- Temos hoje uma população de 135 mil habitantes com milhares de veículos. Nossas ruas têm traçado acanhado para o volume de veículos que possuímos. Isso decorre da nossa geografia montanhosa e da nossa condição de cidade histórica, com mais de 200 anos. Não dá para conviver mais com improvisos e amadorismos neste setor. Optamos por investir na formulação do trânsito para ofertar um sistema melhor, mais organizado e mais lógico. É uma demanda que o governo municipal precisa enfrentar de maneira planejada, técnica e com recursos. É o que estamos fazendo. 

R- O estacionamento rotativo será implantado?

T - É uma meta da nossa gestão. Estamos concluindo os estudos e levantamentos para que possamos promover a contratação de empresa especializada para a implantação do sistema rotativo, através de processo licitatório. A municipalização do trânsito também virá. 

R- As obras de asfaltamento nos bairros vão continuar?

T- Sim. Fomos surpreendidos por um período chuvoso que atrasou o cronograma de obras. Optamos por suspender provisoriamente as atividades, porque o asfaltamento de vias públicas requer tempo firme, sem umidade. Veja o bairro Santa Maria, onde investimos muito em preparação do piso das ruas e não tivemos condições de aplicar o asfalto devido as chuvas. Para evitar transtornos, prejuízos e descontinuidade dos serviços decidimos dar uma parada provisória. Na segunda quinzena de janeiro os trabalhos retomarão o ritmo normal. 

R- E o projeto BQLUZ, quando será implementado?

T- Em 2015 assumimos a gestão da iluminação pública do Município, conforme determinação da Aneel. Como era uma atividade nova que os municípios não tinham traquejo, tivemos algumas dificuldades iniciais, mas tudo está superado. Somos a primeira cidade do Estado a ter um Plano Municipal de Iluminação Pública, com previsão de R$ 30 milhões de investimentos em 7 anos. Estamos preparados para investir R$ 10 milhões em obras e serviços de iluminação nos próximos 12 meses. Os recursos já estão disponibilizados e a partir de janeiro toda a programação será colocada em prática. 

R- Seu governo pretende romper o contrato com a Copasa?

T- O contrato de concessão dos serviços de água e esgoto firmado em 2008 pelo município com a Copasa tem uma cláusula de rescisão. E pretendemos usá-la. Se no ado o Município tinha dificuldades financeiras, operacionais e istrativas para gerir o sistema, hoje o quadro é diferente. O SAS está preparado para assumir a parte da Copasa, que representa 40% do sistema. Atuamos em 60%. 

R- E como se dará esse processo?

T- Iniciamos um diálogo com a direção da Copasa. Nossa pretensão é fazer tudo de forma negociada, através de entendimentos. Mas o município não abrirá mão de recorrer ao Judiciário se for necessário.

R- Como pagar a indenização, que deve ser alta?

T- Ao assumir a área da Copasa teremos mais receitas também. E da mesma forma que os investimentos feitos pela Copasa foram realizados através dos anos, podemos pagar a indenização em parcelas também. Este quesito não será problema, temos todas as condições de avançar com determinação. 

R- As ações de seu governo tiveram boa avaliação da população…

T- Temos esta percepção, que estão confirmadas por pesquisas de opinião. Todo cidadão quer ver os governos funcionarem, e quando eles efetivamente agem recebem apoio. Depois de um período de extrema dificuldade pela dívida que herdamos de R$ 124 milhões da gestão ada, e da desordem istrativa que recebemos, conseguimos colocar a máquina pública nos trilhos e trabalhar. Perdemos muito tempo com essa arrumação, inclusive para limpar o nome da cidade que estava bloqueada pelos órgãos de controle federal e estadual. Só a partir daí conseguimos encaminhar projetos e pedidos de verbas. Agimos bem rápido, e estamos agora colhendo os frutos deste esforço… 

R- Explique melhor…

T- No Brasil, tudo é muito lento. Tivemos que limpar o nome da cidade para ter o aos órgãos do governo federal e estadual. A partir daí tivemos que elaborar os projetos de acordo com os programas ofertados. Depois, encaminhá-los e juntar toda a documentação financeira, contábil etc para aprovação. Após a aprovação, começa a etapa do trabalho para a liberação dos recursos. Como não há dinheiro para atender todos os pedidos, muitos ficam para trás. Fomos eficientes, e garantimos muitas verbas. Com a liberação, somos autorizados a promover as licitações para a contratação dos serviços e obras. Somente depois deste longo percurso burocrático, político e istrativo é que as coisas de fato chegam às ruas como benefício à população. E após três anos cumprindo com muita determinação o que foi proposto estamos agora recebendo de forma concreta o que foi planejado. 

R- A saúde é um dos principais problemas da cidade na opinião de 31,3%, segundo pesquisa de opinião. Como lidar com esta questão?

T- A saúde é um setor muito sensível, porque lida com o que temos de mais precioso na nossa existência. Mesmo antes de assumir o governo disse que a saúde seria uma prioridade constante em minha gestão. E agimos assim. Conseguimos abrir as portas do hospital Regional da Fhemig para a população, e ainda transferimos para lá o Pronto Atendimento que funcionava de forma precária na Santa Casa.Temos hoje o melhor Pronto Atendimento do interior do Estado. Reformulamos todo os sistema de saúde otimizando gastos e serviços. A rede de postos de saúde foi amplamente revitalizada. Aliás, embora a saúde pública no Brasil seja um grande problema, as pesquisas deram aprovação de 57% para os serviços ofertados nos postos de saúde da cidade, mesmo neste quadro adverso. Quer dizer, estamos fazendo a nossa parte, mas infelizmente o sistema como um todo não é bom, mas isso é da alçada do Estado e da União. 

R- E o cenário político para 2016?

T- Deverá ser muito conturbado. Será com certeza contaminado pelo processo de impeachment da presidente Dilma e pelos desdobramentos que este embate político e jurídico ensejará. E com o agravamento da crise econômica, o clima nas ruas não será dos melhores para os candidatos. O discurso fácil de críticas ocas e de promessas impossível não terá espaço. Enganam-se os que pensam em surfar na crise, que é geral. A população está decepcionada com o sistema que não funciona, com as instituições que estão se revelando frágeis e com os políticos que não cumprem suas funções… Há um descrédito muito grande com relação à forma de fazer a política. 

R- Vai disputar a reeleição?

 

T- Já disse anteriormente e reafirmo que entendo já ter dado minha contribuição à cidade no âmbito municipal, como vereador e prefeito por dois mandatos. No final de 2016 serão 12 anos dedicados diretamente ao município. Com a experiência adquirida aqui e nos cargos que exerci, na Assembleia do Estado e no Tribunal de Contas, acredito que posso continuar colaborando com Barbacena em outras esferas. Mas não me preocupo com isso no momento, tudo ocorrerá ao seu tempo, sem precipitações. Meu foco agora é a minha gestão, canalizando esforço e dedicação para que este enorme volume de verbas e recursos disponibilizados à cidade sejam efetivamente aplicados.

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