Cidade completou 70 anos de emancipação política em 27 de dezembro. Leia Mais...
Ao completar 70 anos de emancipação política, liberdade conquistada em 27 de dezembro de 1948, quando se transformou em Antônio Carlos e adquiriu sua autonomia istrativa, relembrar a história deste município de Minas Gerais é uma forma de reconhecer a sua importância no contexto regional e reafirmar o carinho dos filhos deste solo por sua terra. Desde a agem dos bandeirantes paulistas coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme e seu cunhado capitão Garcia Rodrigues Pais por esta região da Borda do Campo que a atual Antônio Carlos relembra seu ado como uma antiga aldeia dos índios Puris que, no ano de 1728, se transformou no Arraial da Igreja Nova da Borda do Campo.
Ao longo desses 291 anos, Antônio Carlos, com suas fazendas históricas, como a Fazenda da Borda do Campo e a do Registro Velho, que por um acaso do destino não se encontra em seus limites geopolíticos, que seus filhos e descendentes viram o desenvolvimento do Brasil mudar completamente a sua história. No rastro do Caminho Novo, os tropeiros trouxeram em suas cangalhas os primeiros fatos. Essas novidades resultaram no desenvolvimento do arraial em freguesia e posteriormente, em 1791, na então Vila de Barbacena. Desta forma, nossa região ava a ser dona do seu destino.
Mas a história não parou por aí, já que a atual região do Campo das Vertentes tinha muitos outros planos para si mesma. E sonhos também. Elevada à cidade em 1840, Barbacena e toda a sua região viria a receber anos depois em suas terras aquela que seria a principal artéria do seu desenvolvimento: a linha férrea. E Minas Gerais seria para sempre marcada a ferro e dormentes. Enquanto isso, a primeira localidade denominada Quilombo, que em 1826 já era distrito, depois União e hoje município de Bias Fortes, era o distrito de Barbacena que tinha em seus limites a pequena Sítio, que se tornaria grandiosa com a construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), aberta em 1880, com sua bitola de 0,76cm ligando a pequena estação de Sítio a Barroso, sendo prolongada até São João Del rei no ano seguinte. Era o impulso que faltava. Em 1923, com a velha, mas ainda nova Maria Fumaça apitando e fabricando nuvens, Barbacena também a a ser um dos pontos iniciais da EFOM.
Bias Fortes viraria município em 1938, com a pequena Sítio, que sonhava alto, ficando dentro dos limites de Barbacena. Transformada em freguesia em 1941, não tardaria para Sítio adquirir a sua emancipação política, o que viria em 27 de dezembro de 1948, com seu novo nome de Antônio Carlos, em homenagem àquele que foi presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, reunindo em seus limites Sá Fortes, Curral Novo e Campolide.
Com a EFOM erradicada em 1984, uma parte da história de Antônio Carlos descarrilou, com a Maria Fumaça virando um monumento em pleno centro da cidade e as duas estações ferroviárias não vendo mais ninguém partir ou chegar. A estação de Antônio Carlos manteve a sua integridade, apesar do peso dos anos. Por outro lado, quase destruída pelo abandono, a Estação Ferroviária de Campolide foi totalmente recuperada no mesmo ano em que Antônio Carlos completou seus 70 anos de emancipação política.
E hoje, o antônio-carlense, senhor de suas montanhas e cachoeiras, vê com orgulho e determinação a sua cidade enfrentar as muitas dificuldades de tantos outros municípios mineiros. Mas, mesmo assim, tem no peito o orgulho de uma longa história que se perde nos trilhos do tempo e o amor por sua terra que faz ressoar ao longe o barulho da velha locomotiva chamada coração.
Locomotiva 37 chegando na estação de Antônio Carlos em um dos últimos trens/ Foto: Acervo Robson Fernandes
Com informações do Jornal Expresso
