O argumento das “pedaladas fiscais” não se sustenta jurídica e tecnicamente falando. Na verdade, e isso precisa ficar claro para a população brasileira, trata-se de um processo meramente político. Leia mais...
POLÍTICA
O golpe, a democracia e as eleições municipais 435w9
Após 28 anos da promulgação da Constituição Cidadã, que oficialmente reinstituiu o regime democrático no Brasil, depois de um longo período de ditadura militar, vivemos hoje um momento crucial para os rumos políticos de nosso país.
Estamos diante de uma encruzilhada que nos oferece dois caminhos: um deles é o do retrocesso, do absoluto descompromisso com os valores democráticos e com a desconstrução de políticas públicas e sociais emancipadoras. O outro caminho é o de insistir nos avanços democráticos e participativos, mesmo com todos seus percalços rumo a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual.
É ponto pacífico que o impeachment da Presidente Dilma Rousseff é sim um golpe parlamentar levado a cabo pelos grupos político-partidários conservadores derrotados nas eleições de 2014 em conjunto com antigos aliados oportunistas e insatisfeitos por não terem seus interesses atendidos. Tudo isso em meio a uma das mais profundas crises econômicas internacionais que atingiu em cheio a economia brasileira e uma crise (até certo ponto fabricada propositalmente) política e ética.
O argumento das “pedaladas fiscais” não se sustenta jurídica e tecnicamente falando. Na verdade, e isso precisa ficar claro para a população brasileira, trata-se de um processo meramente político. Ao encontrarem uma brecha “legal” para dar entrada com o processo de impeachment e aproveitando-se do ódio do presidente mais corrupto e sujo que a Câmara dos Deputados já teve e que tinha em suas mãos mais de duas centenas de deputados, levou-se a cabo o processo de afastamento de uma Presidente legitimamente eleita por mais de 54 milhões de votos depositados nas urnas.
E o que isso tudo tem a ver com as eleições municipais de 2016. Primeiro é preciso lembrar que em eleições municipais o que está em jogo é muito mais a avaliação dos governos locais e os problemas dos municípios do que o que acontece em Brasília. Claro que há uma contaminação política do inconsciente coletivo, mas não a ponto de se alterar as conjunturas e as situações locais.
Aqui em Barbacena, por exemplo, caminhamos para uma eleição onde será colocado em julgamento um governo desastroso que em quatro anos cerceou a participação popular na gestão pública, impôs o centralismo autoritário e que fez escolhas por gastos públicos absolutamente desnecessários diante das verdadeiras demandas da sociedade, preferindo semáforos e calçadas do que manter escolas e postos de saúde abertos.
Caberá ao eleitor fazer suas escolhas tanto para a Câmara Municipal como também para o Executivo Municipal. Hoje apresentam-se quase uma dezena de pré-candidatos ao cargo maior da cidade. Pulverização que só favorece aos que detém o poder político e econômico. Ou Barbacena rompe definitivamente com seu ado de dominação oligárquica de grupos presos em práticas políticas típicas do coronelismo, ou finalmente decide por avançar no rumo da construção de um governo democrático, participativo e popular onde os verdadeiros problemas da sociedade sejam colocados como prioridade para a gestão.
PARTIDO DOS TRABALHADORES DE BARBACENA
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