A deputada contrapôs os vários argumentos do ministro da Educação, especialmente o da negativa do contingenciamento de 30% e a justificativa de que a medida é necessária para privilegiar outros níveis. Saiba mais...
Na sessão da Comissão Geral realizada nesta quarta-feira (15), que ouviu o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) questionou as bases da argumentação do governo. "Além de fazer uma fala que foi desrespeitosa com o Plenário, a sua fala, ministro, contém graves equívocos", iniciou a parlamentar, que é professora, ex-reitora e coordenadora da Frente pela Valorização das Universidades Federais.
A deputada contrapôs os vários argumentos do ministro da Educação, especialmente o da negativa do contingenciamento de 30% e a justificativa de que a medida é necessária para privilegiar outros níveis. "O governo está, sim, congelando recursos de despesas discricionárias. No custeio, o contingenciamento médio é de 30% e há instituições que estão sendo muito mais prejudicadas. O senhor, na verdade, não privilegia ninguém no seu corte, porque se as federais estão sendo contingenciadas em R$ 2,2 bilhões, a Educação Fundamental e a Educação Infantil estão sendo contingenciada em R$ 2,4 bilhões", discursou.
Margarida também refutou o ministro, que chamou as últimas duas décadas de "involução" no setor. "A expansão dos últimos anos envolveu, sim, o sistema público. Quando eu era reitora, eram 400 mil alunos nas universidades federais. Hoje, são 1,2 milhão, em dezenove anos. Esse é um crescimento robusto e socialmente relevante, pois 67% desses estudantes têm uma renda abaixo de dois salários mínimos", acrescentou. A parlamentar ainda citou o desempenho dos estudantes dos Institutos Federais (IFs) no Programme for International Student Assessment (PISA), sistema de avaliação internacional mencionado pelo ministro, que ficaram em 2º lugar em Leitura e 11º em Ciências. "São muitos erros em uma fala curta", ironizou finalizando.