Ao mudar de opinião, Toninho se deparou com várias posições de políticos, amigos e familiares ligados à política.
De tradicional família de políticos com base eleitoral em Barbacena, historicamente conhecida por ser de centro-direita, Antônio Carlos Doorgal de Andrada (sem partido), conhecido como Toninho Andrada, surpreendeu ao se declarar publicamente como apoiador da chapa Lula, Alckmin. Ele também disse que pretende participar da campanha na medida em que houver "interesse, necessidade e espaço". "Já me coloquei à disposição para participar, serei um militante das redes sociais, um ativista político a favor da democracia".
Toninho Andrada ou por partidos de centro-direita e direita, como PSDB, PSB e DEM, assim como vários políticos da sua família. Já foi vereador e prefeito de Barbacena, entre 1989 e 1996, e deputado estadual de 1999 a 2005, quando renunciou o mandato para assumir o cargo de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE - MG). Em 2012, ele renunciou para disputar a prefeitura de Barbacena. "Na política, tenho mais liberdade. No tribunal, seria conselheiro a vida inteira, cheio de limitações. No TCE eu tenho estabilidade, mas na política eu tenho possibilidades", disse à época para justificar sua saída do tribunal. "Fui incorporando ideias novas e me afastando desse campo que era o meu caminho natural", disse ao justificar o apoio a Lula.
Segundo ele, cada época tem sua urgência, e hoje o Brasil precisa de pessoas que defendem duas bandeiras fundamentais: a proteção da democracia e a priorização de políticas públicas voltadas para o social. "E é isso que vejo na figura do ex-presidente Lula, que reúne em torno de si as forças democráticas. Em toda a sua história pública, Lula nunca colocou a democracia em xeque. Nem mesmo no pior momento de sua vida, quando foi preso, ele questionou o sistema democrático brasileiro", disse. "O Brasil precisa de um olhar mais acolhedor e menos bélico", afirmou. Ao mudar de opinião, Toninho se deparou com várias posições de políticos, amigos e familiares ligados à política. Segundo ele, o momento exige que aqueles que têm atuação pública se posicionem claramente. Em família, tudo se ajeitou. "Essa divergência política dentro da família já vinha há mais tempo, mas, como bons democratas que somos, sabemos conviver com as diferenças de forma respeitosa. A convivência continua tranquila", afirmou.
Para ele, embora a atual disputa pela presidência envolva um forte conteúdo ideológico, há outras prioridades. "A comida, quando entra na a, não tem cor. A fome não tem ideologia. Não dá para governar nesse ritmo constante de embate, como o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) tem feito", assinalou. Ele acrescentou que "Lula, quando convidou Alckmin para ser vice na chapa, mostrou que está aberto ao centro e centro-direita". Além disso, ressaltou, Lula, pela sua própria história, pode fazer uma política social agressiva para os que estão ando fome no país. Sobre seu encontro com Lula. Toninho contou que foi uma conversa "muito tranquila" e que o petista se mostrou "simpático, afável, solícito e aberto ao diálogo", lembrando-se, inclusive, do pai dele, que morreu recentemente.