Sidney Magalhães, residente em Barbacena, é um dos dois ladrões acusados de haver roubado um veículo em Cataguases e mantido um policial civil refém por seis horas. Sidney já é conhecida no meio policial da cidade e região, e é um dos presos albergados do Presídio de Barbacena.
Polícia Civil prende ladrão que manteve investigador refém por seis horas
O delegado seccional de polícia em Cataguases, Guttemberg de Souza Filho, contou à reportagem como tudo aconteceu até a prisão de um dos criminosos em Barbacena
Um dos ladrões, Sidney, acima, foi preso enquanto dormia na manhã de sábado. Ao lado a arma do investigador com a numeração raspada
Policiais civis de Cataguases supervisionados pelo delegado seccional Guttemberg de Souza Filho e coordenados pelo inspetor Leonardo Peçanha, descobriram e prenderam um dos suspeitos de ter roubado a caminhonete Mitsubishi L200 e mantido refém por cerca de seis horas, um investigador que trabalha naquela delegacia, cujo nome não foi divulgado.
O assalto aconteceu por volta das 19h30min do dia 13 de maio, no bairro Popular, nas imediações das Faculdades Sudamérica e a prisão do primeiro suspeito foi realizada no último sábado, 23, em Barbacena. O parceiro dele está foragido, mas a Polícia Civil tem informações sobre sua identidade e pistas a seu respeito, conforme informou o delegado Guttemberg de Souza Filho. "Foi um esforço muito grande de toda a equipe porque as primeiras informações davam conta de que seria um crime contra a instituição Polícia Civil, portanto, contra o Estado, mas logo depois comprovamos que se tratou mesmo de um assalto", disse. O delegado completou revelando que "os dois suspeitos fazem parte de uma quadrilha de roubo de veículos com atuação em todo o estado".
"Sidney de Magalhães, 39 anos de idade, e um comparsa, saíram de Barbacena para roubar uma caminhonete L200, em Cataguases. Ao chegarem na cidade eles localizaram o carro no bairro Bandeirantes, quando o seu proprietário o colocava na garagem e por isso, desistiram do intento. Neste momento", continua o delegado, "ou outra caminhonete, a que estava o investigador, e eles o seguiram até a faculdade, o esperaram estacionar e partiram para cima.
Enquanto um chegou com arma em punho do lado do motorista anunciando o assalto, o outro abriu a porta de trás, viu o colete da Polícia Civil no banco, e avisou para o policial não reagir, também entrando no carro rapidamente", explicou. O investigador foi algemado, encapuzado e teve os pés amarrados. Em seguida assumiram a direção da caminhonete e tomaram rumo de Barbacena, conforme apuraram as investigações. Em Barbacena, contou o delegado Guttemberg, eles deixaram o carro da vítima em algum lugar e retornaram com o policial civil na carroceria de uma Saveiro branca com capota*. Eles voltaram, ainda conforme as investigações, "para buscar o carro que os trouxe até aqui". Questionado sobre o motivo que os ladrões não mataram o policial civil, o delegado disse que eles sabiam que a morte do detetive iria complicar ainda mais a situação e, por isso o mantiveram vivo. Mas o agrediram e o ameaçaram o tempo todo", completou.
Após ficar seis horas encapuzado, algemado e com os pés amarrados, os ladrões libertaram o policial civil apenas com as pernas desamarradas em Sinimbu (zona rural de Cataguases) e foram embora. Ele caminhou cerca de dez quilômetros até encontrar um telefone público no bairro Granjaria, quando conseguiu pedir ajuda a um de seus colegas, que o resgatou, informou Guttemberg de Souza Filho.
A vítima prestou depoimento sobre o que lhe aconteceu quando reou "informações detalhadas decisivas na investigação", acrescentou o delegado. Ele também contou que as equipes de Inteligência da Polícia Civil de Cataguases e Leopoldina começaram a trabalhar em conjunto imediatamente, e policiais do 4º Departamento de Polícia Civil em Juiz de Fora, comandado pelo delegado Saed Divan, se juntaram à equipe além de outros da região. A equipe de Cataguases foi formada pelos investigadores Peçanha, Felipe, Juliano, Leonel, João Victor, Rafael, João Paulo e Davi, todos supervisionados por Guttemberg Souza Filho.
Durante as investigações eles conseguiram imagens feitas por câmeras de segurança de um posto de gasolina em Rio Pomba, de uma Saveiro branca usada para trazer o investigador de volta a Cataguases "Este vídeo nos levou a Barbacena onde, com a ajuda da Polícia Civil da cidade e outras investigações, obtivemos novas informações a respeito do nosso suspeito, que é presidiário em regime semiaberto, ficando uma noite em casa e outra na cadeia", explicou o inspetor Peçanha. "Depois de reunirmos todas as provas da participação de Sidney no roubo e cárcere privado do detetive, continuou, o grupo de investigadores, de posse de um mandado de prisão, o prendeu em sua casa no começo da manhã do sábado, 23, enquanto ele ainda dormia.
Os policiais também recuperaram a arma do policial que já estava com a numeração raspada, localizaram a Saveiro e, agora, trabalham na localização e prisão do segundo envolvido, bem como na recuperação da caminhonete L200.
*A saveiro branco, segundo informações da polícia, pertence a um mecânico que emprestou o veículo a Sidney enquanto o carro dele, um Audi, fosse consertado.
Com informações do repórter Marcelo Lopes