Robson Panzera Vaz Oliveira foi agredido durante a gravação de uma reportagem no dia 20 de maio pelo empresário Leonardo Rivelli. O G1 procurou a defesa do investigado. SAIBA + 641n4y
O delegado da Polícia Civil em Barbacena, Marcos Montalverne, concluiu nesta quarta-feira (3), o inquérito que apura a agressão sofrida pela equipe de jornalismo da TV Integração e indiciou o empresário Leonardo Rivelli pelos crimes de lesão corporal e dano qualificado pela violência. Agora, o inquérito foi remetido à Justiça.
A agressão ocorreu em 20 de maio, quando a equipe estava na Rua Santos Dumont, no Bairro São José, gravando imagens da cidade. No dia, o empresário parou o carro no local e começou a agredir verbalmente os jornalistas. Ele avançou sobre o repórter cinematográfico Robson Panzera Vaz Oliveira, que teve uma lesão no dedo, um corte na mão e o equipamento de filmagem foi danificado. Leonardo Rivelli chegou a ser detido e foi liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 1 mil.
Após o ocorrido, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) emitiu uma recomendação pedindo à Justiça aumento no valor da fiança. No documento, também foi solicitada uma medida cautelar para impedir o agressor de se aproximar de agentes da imprensa vinculados à Rede Globo de Televisão e de manter uma distância mínima de 100 metros. Entretanto, o juiz José Carlos do Santos, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Barbacena, negou os pedidos do MPMG e também a prisão preventiva do empresário. Nesta quarta-feira, a reportagem entrou em contato com a defesa do empresário para saber se gostaria de se pronunciar sobre a conclusão do inquérito, mas o advogado o advogado Pedro Possa não o representa mais. A reportagem não conseguiu contato com o novo defensor dele até a última atualização desta matéria.
Inquérito
De acordo com o delegado Marcos Henrique de Arruda Frota Mont Alverne, todas as diligências investigativas foram concluídas. Foram analisadas imagens dos celulares de Leonardo Rivelli e da repórter Thais Oliveira Fullin, que estava junto com o cinegrafista, e de câmeras de segurança da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), já que a agressão ocorreu em frente à entrada da instituição. Todas as filmagens colhidas aram por perícia técnica. "Com isso, podemos dizer que toda a dinâmica criminosa foi registrada em imagens", apontou o delegado.
Além disso, Marcos Henrique de Arruda Frota Mont Alverne explicou que foram ouvidas inúmeras testemunhas, entre militares da Aeronáutica que estavam na guarita da Epcar e populares que aram pelo local. "As diligências mostram que uma discussão verbal do investigado evoluiu para lesão corporal, haja vista que o empresário ou a danificar o equipamento de trabalho do cinegrafista, com o tripé da câmara e, enquanto o cinegrafista tentava impedir a ação violenta, tentando a todo custo que seu equipamento não fosse danificado, o investigado também o agrediu", afirmou o delegado. Marcos Henrique de Arruda Frota Mont Alverne considerou que o crime "causou grande repercussão na sociedade por atingir um membro da imprensa" e que foi entregue à Justiça "um arcabouço bastante consistente", com as provas da lesão corporal e do dano qualificado pela violência.