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A guerra civil, as polícias e as políticas públicas - artigo de Diego Cobucci 2u6j3x



Diego Cobucci, diretor do Jornal Expresso, assina importante artigo que nos leva a questionar a violência em nosso país. Confira!

Na segunda-feira, dia 10, a população de Santa Margarida foi terrivelmente surpreendida pela ação de assaltantes que trocaram tiros com a PM e vigilantes de agências bancárias.

A morte do cabo Marcos Marques da Silva, de 36 anos, que foi baleado e morreu na calçada, foi observada ao vivo e filmada por moradores da pequena cidade mineira e chocaram a população de todo país e do mundo que assistiu as imagens através da internet.

O crime atingiu em cheio as famílias das vítimas. É difícil falar algo que conforte neste momento de dor, o que podemos fazer é pedir a Deus que de o conforto a essas famílias que sofrem com estas perdas tão prematuras.

Uma grande operação conjunta entre as polícias Civil e Militar foi montada para localizar os criminosos que levaram terror à população de Santa Margarida.

Segundo informações da Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 9 horas. O  bando de criminosos armados com espingardas calibre 12 e fuzis 556 assaltaram uma agência do Banco Sicoob. Em seguida, seguiram para o Banco do Brasil. Nesta segunda tentativa, houve troca de tiros e dois vigilantes foram baleados. Um deles, Leonardo José Mendes, morreu e outro foi encaminhado para o hospital.

Durante a ação criminosa, os criminosos fizeram duas pessoas reféns e fugiram em uma caminhonete.

As vítimas foram colocadas na caçamba do veículo e serviram de escudo para os bandidos. Na fuga, os homens que estavam na carroceria trocaram tiros com policiais militares e balearam o cabo Marcos Marques da Silva, de 36 anos, que morreu na  calçada.

Um cerco foi feito na região. Os criminosos fugiram para a zona rural da cidade com os reféns. Por volta das 12h, a picape, foi localizada abandonada. No local, as vítimas foram liberadas. Três pessoas foram presas por volta das 13h30, e uma quarta fugiu.

De acordo com a Polícia Civil, os homens presos na operação foram identificados como Josimar Pereira Rodrigues, 30 anos, Sirlande da Silva Ferreira, de 27 anos, e Wesley Rosa Firmino, de 21. Eles foram presos em flagrante por latrocínio, sequestro e  associação criminosa.

Destaco a qualidade do serviço realizado pelas polícias Civil e Militar de Minas Gerais que se mostram presentes e atuantes em todo o território do estado, mas, quero ressaltar que enfrentamos uma verdadeira guerra civil, na qual o número cada vez maior de criminosos presentes no seio de nossa sociedade, ameaçam a tranquilidade de toda população que sofre com a insegurança.

A situação da criminalidade em todo o país é preocupante. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) entre os anos 2011 e 2015, a violência no Brasil matou mais pessoas que a Guerra da Síria.

Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015, o Brasil teve um total de 278.839 assassinatos, o que, de grosso modo, leva a uma média mensal de 4.647,3 vítimas. Os dados incluem as ocorrências de homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e morte decorrente de ações policiais.

Na Síria, entre março de 2011 e novembro de 2015, a guerra causou 256.124 mortes, segundo estimativa da Agência da Organização das Nações Unidas para os Refugiados. A média para esse período é de 4.493,4 mortes por mês.

Acredito que devemos defender a punição máxima para os criminosos, mas acho importante destacar que, a desigualdade social e a crise econômica que enfrentamos são importantes fatores para o crescimento da criminalidade verificada no Brasil.

Em meu entendimento, nada justifica a ação dos bandidos que seguem espalhando o medo e o pânico em nossa sociedade e não tenho dúvidas em afirmar que, a falta dos mais variados serviços públicos acaba despertando a revolta entre muitos que acabam entrando no mundo do crime.

Avalio que contamos com um grande aparato de segurança pública, mas fica mais claro a cada dia que ‘estamos enxugando gelo’, que não vamos conseguir vencer essa guerra apostando apenas no combate aos criminosos e se torna evidente que, para termos a verdadeira paz em nosso país precisamos de políticas públicas voltadas para a população que sofre com a falta de atenção.

E vale a pena lembrar sempre que a criminalidade que acontece em ‘Brasília’ reflete em toda sociedade.


Com Jornal Expresso de Barbacena

 

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