O Historiador Rodolfo Silva estreia no BarbacenaMais e em sua primeira edição convida os leitores a refletir sobre o uso da tecnologia nas aulas de História e os desafios da Educação. Confira!
A tecnologia nas aulas de História: Os desafios da educação.
Rodolfo Silva
Um dos maiores desafios da educação em sala de aula para o professor, sempre foi o de conquistar a atenção dos alunos, de forma que a aula fosse produtiva e o discente obtivesse o conhecimento da matéria que lhe foi ensinada.
Com o advento das novas tecnologias, esse desafio tornou-se ainda maior, sendo muitas vezes necessário o professor buscar novos métodos e ferramentas para o ensino, de forma com que o discente efetivamente preste atenção nas aulas.
Tomando as aulas de História como exemplo, um dos métodos que mais atraem a atenção dos alunos é o uso de filmes em sala. Uma maneira comum de se utilizar os filmes é ao término de determinado conteúdo, quando o docente a o filme/documentário para ‘ilustrar’ o que foi explicado anteriormente.
A vantagem deste método é facilitar a assimilação do conteúdo por parte do aluno, além de conquistar sua atenção em sala. Porém, um dos problemas que esse método comumente gera, é o de tratar o acontecimento histórico como “algo definido e acabado”. Para superar esse problema, o professor tem a missão de explicar a seus discentes que por mais que o filme facilite a compreensão do acontecimento, o que está ali nem sempre é o que de fato ocorreu.
A partir do momento em que o docente tem essa preocupação em trabalhar os aspectos da obra fílmica com os alunos, pode despertar nos mesmos um senso crítico que poderá ser capaz de fazer com que criem outro olhar sobre os filmes analisados, rompendo com a tradição de apenas visualizar o filme como complemento ou ilustração do assunto trabalhado em sala.
A Internet como instrumento de ensino r135u
Na tentativa de inserir a tecnologia em aula, outra ferramenta que pode servir como instrumento de ensino é a internet. Sabemos que o fácil o a internet transformou o modo como as pessoas obtêm informações. Apesar disso, nem sempre a informação é transformada em conhecimento. No ambiente escolar, cabe ao docente fazer o papel de mediador nesse processo, de forma com que as informações se transformem em conhecimento aos discentes.
Em uma sociedade constantemente conectada e interativa, torna-se por vezes entediante ao aluno a leitura de um livro com várias páginas, principalmente por demandar bastante tempo por parte do leitor, e que logo o substitui por vídeo aulas ou resumos na internet que prometem dar conta do conteúdo em um curto período. No entanto, há uma consequência de tal comportamento a qual, muitas vezes, impede que ele vivencie o momento em sala ignorando a aula do professor, pois considera mais prático aprender em casa pela internet do que no espaço escolar ou com as ferramentas utilizadas para aprendizagem, tais como o livro.
Outro problema gerado é a busca por apenas uma fonte de pesquisa e a assimilação daquilo que foi dito/lido como verdade única, não recorrendo assim à outras fontes para questionamentos, ficando sujeito a informações fragmentadas ou até mesmos falsas.
Diante desse quadro, surgem algumas alternativas para o docente que podem tornar o uso da internet ferramenta aliada no ensino, como por exemplo o combate às chamadas “Fake News” (factoides criados na rede com o intuito de induzir as pessoas à informações falsas). O professor pode apresentar a seus alunos aspectos que caracterizam uma notícia falsa, como a falta de informações sobre os autores e a falta de fontes que retratam sobre o mesmo assunto.
Um exercício que pode ser feito em sala é o confronto entre notícias falsas e verdadeiras trazidas pelo docente para que os alunos possam indicar quais delas possuem informações verdadeiras e quais são boataria. Essas experiências contribuem para uma fuga das aulas “tradicionais e maçantes” e ainda estimulam o debate em sala.
Sobre o autor:
Rodolfo Ezequiel Sousa Silva é natural de Itumirim-MG, graduado em História (licenciatura) pela Universidade Federal de São João del-Rei e trabalha também na área de comunicação. Fundador do portal Alterna Fut, agora também escreve mensalmente para o Barbacena Mais.