Casos foram registrados em Mar de Espanha, Matias Barbosa, Santana do Deserto e Simão Pereira. Uma morte de humano foi confirmada em Mar de Espanha; outra em Goianá está sendo investigada. Saiba mais...
O governo de Minas Gerais divulgou, nesta sexta-feira (12), atualizações sobre os casos de febre amarela na Zona da Mata em entrevista coletiva realizada na Superintendência Regional de Saúde em Juiz de Fora. Foram confirmadas mortes por febre amarela em macacos nas cidades de Mar de Espanha, Matias Barbosa, Santana do Deserto e Simão Pereira.
Na entrevista, o subsecretário de Saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said, confirmou que a morte de um homem na cidade de Goianá está sendo investigada, pois há suspeita de que a causa tenha sido febre amarela. Uma morte já está confirmada por causa da doença em Mar de Espanha. Em todo o estado foram nove óbitos em 2018.
De acordo com os dados, de julho de 2017 até o momento, foram 460 epizootias, que são as mortes de macacos, em 114 municípios em Minas Gerais. Em 21 cidades foram confirmadas a febre amarela como a causa, sendo quatro na Zona da Mata. Ainda seguem em investigação as mortes de macacos em Juiz de Fora, Lima Duarte, Pedro Teixeira, Rio Novo, Santos Dumont, Piau e Belmiro Braga.
Said destacou que apesar do grande percentual de pessoas imunizadas em Minas Gerais, 81%, a meta estabelecida é de 95%. Para alcançar este índice, novas ações de mobilização estão sendo realizadas.
Vacinação para o carnaval 3b6m68
Também participou da coletiva o superintendente Regional de Saúde, Oleg Abramov, que alertou às pessoas que forem ar o carnaval em cidades onde foram confirmados casos da doença ou óbitos em investigação que procurem um posto para se vacinar com, pelo menos, 10 dias de antecedência.
“A principal forma de evitar o contágio com a febre amarela é através da vacinação. Para isso, estamos nos reunindo ainda hoje (sexta) para alinhar novas ações e campanhas de mobilização junto aos municípios para aumentar o número de pessoas imunizadas em todo o estado”, declarou.
O subsecretário explicou, ainda, que todos os casos confirmados da doença até o momento foram no ciclo silvestre da febre amarela, no qual a transmissão acontece por mosquitos (Haemagogus e o Sabethes) que vivem nas matas e na beira dos rios. Ele aproveitou para destacar a importância da imunização das pessoas que vivem na zona rural ou que vão para locais onde tenham matas.
Óbitos de julho de 2016 a junho de 2017 381h1k
O primeiro período de monitoramento da febre amarela foi entre julho de 2016 a junho de 2017, quando ocorreu o surto da doença no estado. Neste período, segundo o governo, foram 162 mortes - 26 em 2016 e 136 em 2017. Ainda de acordo com a secretaria, 475 casos foram confirmados nesta época.
Febre amarela 181y5h
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infestados. Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes. Já em ambiente urbano, a partir do Aedes aegypti, de acordo com o Ministério da Saúde. Não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
Macacos não transmitem a doença 34193m
A Secretaria de Estado de Saúde ressalta que os macacos prestam um importante auxílio no enfrentamento, prevenção e controle à febre amarela. Por adoecerem primeiro, os primatas dão às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus. O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação.
Algumas pessoas pensam que os macacos transmitem a febre amarela aos humanos, o que é completamente errado. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, a matança indiscriminada, assim como o envenenamento intencional de macacos são extremamente prejudiciais ao próprio ser humano. Se eles forem mortos pelas pessoas, só será descoberto que a febre amarela chegou a determinada região apenas quando as pessoas contraírem a doença.
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