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O que é mostrado na matéria contradiz ao sofrimento sofrido décadas depois e relatado pela jornalista Daniela Arbex em matérias, livro e recentemente, um documentário. Leia mais...

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Jornal de 1889 mostra anúncio sobre Sanatório de Barbacena 141s2h

O mestrando em Ambiente Construído pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Daniel Moratori, durante pesquisas para seu mestrado encontrou uma relíquia da história de Barbacena. Um anúncio sobre o Sanatório de Barbacena, no Jornal Diário de Minas, de 23 de setembro de 1889 relata os tratamentos usados na época para os cuidados com os internos.

O Sanatório é descrito no anúncio como Hotel e Casa de Saúde, ressaltando o clima de Barbacena, montado sobre direção médica e as “condições de hygiene moderna”. O texto também ressalta os tratamentos oferecidos como “hydrotherapia, eletricidade, massagem, gymnastica, tratamento de convalescentes e doentes de febres, beribéri e de moléstias nervosas, mentaes e broncho-pulmonares”.

O texto ainda relata que havia um chalé isolado para doentes mentais e que a limpeza dos ambientes era feita diariamente, por meio de pulverização antisséptica e gás sulfuroso canalizado diretamente para o interior dos cômodos.

A verdade é que 126 anos depois, constatamos que o anúncio não chegou a um terço da verdade sobre o que acontecia no “Hotel e Casa de Saúde” em Barbacena. A verdade é que o local hoje guarda tristes memórias da época.

 

O Hospital Colônia

O Hospital Colônia de Barbacena foi um hospital psiquiátrico fundado em 12 de outubro de 1903 na cidade e fazia parte de um grupo de sete instituições psiquiátricas. Foi construído em terras da Fazenda da Caveira, propriedade de Joaquim Silvério dos Reis, inicialmente como um hospital para tuberculosos e depois como hospital psiquiátrico. Está situado numa região com clima de montanha o que na época era considerada ideal para a cura da tuberculose e por alguns médicos, como o local ideal para o tratamento de doenças psiquiátricas.

O manicômio era formado por dezesseis pavilhões independentes, tendo cada um deles a sua função específica: Pavilhão "Zoroastro os" para mulheres indigentes; Pavilhão "Antônio Carlos" para homens indigentes; Pavilhão "Afonso Pena"; Pavilhão "Milton Campos"; Pavilhão "Rodrigues Caldas" e Pavilhão "Júlio Moura".

Tornou-se conhecido pelo público na década de 1980, pelo tratamento desumano que oferecia aos pacientes. O psiquiatra italiano Franco Basaglia taxou a instituição como um campo de concentração nazista.

Em grandes vagões de carga, conhecidos como "trem do doido", chegavam os pacientes do Hospital Colônia, em uma época que várias linhas ferroviárias chegavam à cidade. A instituição tinha sido fundada em 1903 com capacidade para 200 leitos, mas contava com cerca de cinco mil pacientes em 1961. Para o Colônia, eram enviadas "pessoas não agradáveis", como opositores políticos, prostitutas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos, entre outros grupos marginalizados na sociedade. Estima-se que cerca de 70% dos pacientes não tinham diagnóstico de qualquer tipo de doença mental. No período em que houve o maior número de mortes, entre as décadas de 1960 e 1970, o que acontecia no hospital chegou a ser chamado de "Holocausto Brasileiro". Estima-se que pelo menos 60 mil pessoas tenham morrido no Hospital Colônia de Barbacena.

 

O Holocausto Brasileiro

Ainda hoje, a história das atrocidades que aconteceram no Hospital Colônia choca o mundo. A jornalista Daniela Arbex, autora do livro “Holocausto Brasileiro”, que é a expansão de uma série de matérias iniciadas ainda no jornal Tribuna de Minas, de Juiz de Fora, está prestes a lançar pela HBO um documentário, sobre a história do hospital.

 

À época do lançamento do livro, a jornalista contou que o ponto de partida para este trabalho foram as fotos do fotógrafo Luiz Alfredo, publicadas na extinta revista O Cruzeiro em 1961. “Quis saber se alguém havia sobrevivido”.


 

Flávia Pedrosa                                                          

 

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